sábado, abril 30, 2005

Ainda o Holocausto - Não é demais recordar







(Fotos de Henri Cartier-Bresson)

quinta-feira, abril 28, 2005

Lembrar o Holocausto

Foi há 60 anos que os soviéticos abriram as portas do inferno Auschwitz. Para assinalar a data, cerca de 40 chefes de Estado e de Governo juntaram-se na quinta-feira a ex-prisioneiros no antigo campo de concentração onde, às mãos dos nazis, morreram mais de um milhão de pessoas

VISAOONLINE 27 Jan. 2005




O apito e o ruído de um comboio a aproximar-se, lembrando a chegada de centenas de milhares de prisioneiros, abriram esta quinta-feira as cerimónias do 60.º aniversário da libertação do campo de concentração nazi de Auschwitz, no sul da Polónia. As cerimónias reuniram, sob neve e frio intenso, dezenas de chefes de Estado e de governo, sobreviventes, soldados soviéticos que participaram na libertação de Auschwitz em 1945 e jovens encarregues de preservar a memória da tragédia para que nunca mais se repita.

Após a intervenção inicial do ministro da Cultura polaco, Waldemar Dabrowski, usou da palavra um antigo preso de Auschwitz, Wladslaw Bartoszewski, a quem os nazis gravaram no braço direito o número 4.426. «Os russos e os polacos eram tratados pelos nazis no campo como seres inferiores, mas os judeus, fosse qual fosse a sua proveniência, eram tratados como bichos que tinham de ser exterminados», disse Bartoszewski.

Foi a 27 de Janeiro de 1945 que os soldados do Exército Vermelho entraram no campo de concentração de Auschwitz, onde encontraram um cenário dantesco: cerca de 7 mil prisioneiros, quase mortos-vivos , com uma média de 30 quilos de peso. Os nazis já tinham abandonado o campo e destruído parte dos fornos crematórios. Na sua fuga às tropas de Estaline, levaram consigo cerca de 60 mil prisioneiros, que conduziram para outros campos de extermínio, onde a maioria acabou por morrer às balas das tropas alemãs.

Auschwitz-Birkenau não foi o único campo de extermínio nazi, mas tornou-se naquele que foi a principal «fábrica de morte» do regime de Adolf Hitler. Inicialmente destinado a «aterrorizar os polacos», como descreve o historiador Miroslaw Obstarczyck , transformou-se progressivamente numa reserva de mão-de-obra para a indústria de guerra alemã, onde os prisioneiros eram tratados como escravos.

A partir da Primavera de 1942, o campo foi transformado numa imensa fábrica da morte, onde afluíam comboios com milhares de detidos vindos de toda a Europa. Com a aproximação da ofensiva soviética, em Novembro de 1944, a polícia secreta nazi - SS - começou a dinamitar as câmaras de gás e os fornos crematórios numa tentativa de suprimir quaisquer traços do genocídio. O que o Exército Vermelho encontrou, a 27 de Janeiro de 1945, foram restos de construções macabras nunca antes vistas na história da humanidade.

Entre Janeiro e Maio de 1945, os aliados libertaram mais de 200 campos de concentração, revelando ao mundo imagens do inferno vivido nos campos de concentração hitlerianos.

É em nome da libertação de Auschwitz que cerca de 10 mil antigos presos e combatentes da resistência anti-fascista além de 50 delegações oficiais se deslocaram esta quinta-feira ao antigo campo de concentração.



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Em cima à esquerda:Auschwitz I. Entrada do campo com a cínica legenda “Arbeit Macht Frei” (o trabalho liberta).Auschwitz was established by order of SS Reichführer Heinrich Himmler on 27 April 1940.
Em cima à direita: vista do Campo de Birkenau: About 3 km outside the mother camp, Auschwitz I, another camp, KL Auschwitz II – Birkenau, was located. This was the largest section of all three camps. The camp was built in March 1942 in the village Brzezinka. It consisted of about 250 barracks divided on 175 ha of land. Today only a small number of the barracks remain.
The prisoners in August, 1944, numbered around 100,000. As many as 200,000 prisoners were confined here during its peak.On the left (as seen from the tower) are the brick barracks of which only 45 remain today. On the right 22 wooden barracks may be seen. The rest were destroyed by the SS near the end of the war. Remnants of these barracks can be recognized by their chimneys. The camp had 4 crematoriums with gas chambers. The SS also used fire pits and funeral piles to burn bodies.
Em baixo à esquerda Um forno crematório: One out of the three chambers in the crematorium at Auschwitz I. When in operation, the crematorium had a capacity for incinerating 350 bodies per day. In each chamber 2-3 bodies were placed. In 1941 and 1942 Soviet prisoners of war and Jews from the ghettos established by the Nazis in Schlesien were murdered in this crematorium.
The crematorium was in use from 1940 - 1943. The ashes were used as fertilizer or as filling in nearby creeks and ponds. The last gassings took place in November 1944. Just prior to the liberation of the camp the SS dismantled and blew up the crematoriums. The ruins can be seen today.
Em baixo à direita: o interior de uma câmara de gás: Auschwitz I. Crematorium, mortuary used as a gas chamber.It was originally used as storage room for ammunition. September 3, 1941 experimental gassing on Soviet prisoners using Zyclon-B.
(em memoriasdopresente.blogspot.com)

Uma boa notícia

A série de culto Sete Palmos de Terra vai voltar à grelha da 2 já a partir da próxima segunda-feira, com novos episódios que se prolongarão por 13 semanas. A narrativa continua densa e profunda, cruzada com a dose de humor negro que sempre a caracterizou. Os protagonistas surgem agora com novos romances, dramas e mudanças: o filho mais velho, Nate, adaptou-se ao negócio funerário, enfrentando a vida enquanto viúvo e pai solteiro; o filho mais novo, David, continua a lutar por manter a relação com o polícia Keith; a mãe Ruth vive a vida de recém-casada, enquanto a filha adolescente Claire tenta encontrar a felicidade a todo custo. A morte continua a não ser tabu nas mesas desta família pouco tradicional.

(in DN online)

segunda-feira, abril 25, 2005

Lembram-se?



(Cartaz de João Abel Manta)

Liberdade de expressão

Havia terminado um ciclo de 48 anos de ditadura, de repressão, de obscurantismo, de atraso e de ignorância.
"Orgulhosamente sós" - meio século perdido, meio século de atraso, do qual ainda não recuperamos na totalidade.
Recuperou-se a "Liberdade de Expressão" coisa à qual muitos dos que lêem estas palavras ainda não sabem dar o devido e merecido valor e teimam em confundir frequentemente e quando lhes dá jeito com falta de respeito e falta de autoridade.

em 'Os cães ladram e a caravana passa'

Os que vieram depois

Imaginam o que é andar na rua com a sensação de que estão constantemente a ser perseguidos? Sabem o que é querer falar abertamente com os vossos amigos e não poderem? Quererem beijar a vossa namorada e só poderem fazê-lo às escondidas? A maior parte de vocês não sabem o que é isso, mas há muita gente que passou por essa situação. E foram esses que lutaram para que hoje possamos viver em liberdade. Foram eles que há trinta e um anos atrás fizeram esta revolução que mudou o rumo da sociedade portuguesa.

Liberdade, liberdade, liberdade!! É esta expressão que ainda hoje ecoa nas memórias daqueles que viraram o rumo dos acontecimentos.

(Excerto do Blog Prova Oral)

Espingardas e cravos

Dia de Liberdade

NAQUELES TEMPOS DE ABRIL

Naquele tempo não se lutava para desfrutar do poder, lutava-se contra um poder opressor, procurava-se derrubar o poder, substitui-lo.

Naquele tempo não se ia para Londres desfrutar de cargos de luxo a aguardar pelo poder servido numa bandeja, partia-se para prosseguir uma luta que se tinha tornado impossível no país.

Naquele tempo não se aderia a um partido para se mudar de vida, aderir a um partido era um risco assumido por quem queria mudar o país.

Naquele tempo não se falava dos vencimentos dos políticos, e não faltava quem o desejasse ser sabendo que isso poderia significar perder tudo, começando pelo próprio direito ao trabalho.

Naquele tempo alguns banqueiros que agora nomeiam governantes estavam em fuga, viraram as costas à democracia, conspiravam para o regresso da ditadura.

Naquele tempo os portugueses viveram a ilusão de serem iguais enquanto cidadãos.

Naqueles tempos de Abril todos os portugueses eram políticos.

Postado por O Jumento

O Povo na Rua



(Vieira da Silva)

As palavras de Sophia

25 DE ABRIL

Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo

Sophia de Mello Breyner Andresen

im memoriam

SALGUEIRO MAIA

25 ABRIL



Porque eu dormia e vieram cantar-me que era tudo possível, já. Porque eu sonhava e vieram dizer-me a liberdade, já.

(Maria Velho da Costa)

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