Naquele tempo não se ia para Londres desfrutar de cargos de luxo a aguardar pelo poder servido numa bandeja, partia-se para prosseguir uma luta que se tinha tornado impossível no país.
Naquele tempo não se aderia a um partido para se mudar de vida, aderir a um partido era um risco assumido por quem queria mudar o país.
Naquele tempo não se falava dos vencimentos dos políticos, e não faltava quem o desejasse ser sabendo que isso poderia significar perder tudo, começando pelo próprio direito ao trabalho.
Naquele tempo alguns banqueiros que agora nomeiam governantes estavam em fuga, viraram as costas à democracia, conspiravam para o regresso da ditadura.
Naquele tempo os portugueses viveram a ilusão de serem iguais enquanto cidadãos.
Naqueles tempos de Abril todos os portugueses eram políticos.
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