quarta-feira, julho 06, 2005

Lamento, mas tenho de concordar.

"Tenho vindo a ganhar uma antipatia crescente pelo segundo mandato de Jorge Sampaio. Nomeadamente, desde o convite endereçado a Santana Lopes para formar governo. Na altura teria sido preferível legitimar um novo governo com a convocação de eleições antecipadas. Era este o meu entendimento. Outras leituras eram possíveis, e Sampaio foi um dos que entendeu ler a conjuntura de forma diferente. Tinha toda a legitimidade para o fazer, assim como é legítimo que quem atribui uma importância fundamental ao episódio já não deposite qualquer confiança política em Jorge Sampaio.
Os silêncios do Presidente da República perante os dislates de Alberto João Jardim não são de agora. Mas quando o presidente do governo regional da Madeira vem insultar todo o sistema político da nação, quando vem insultar grupos inteiros de pessoas ao sabor da sua xenofobia, quando vem desrespeitar alarvemente as leis do país, o que se pedia ao Presidente da República era mais do que um recado. Pedia-se uma intervenção séria, inequívoca e directa ao cerne da questão. Pedia-se que Sampaio defendesse a honra das instituições deste país, do qual é o mais alto representante, que defendesse a dignidade dos seus habitantes, independentemente da sua origem geográfica, tal como estipula a CRP. No fundo, não se pedia de Jorge Sampaio nada que não fosse o pleno exercício das suas funções. Neste caso não havia margem para interpretações políticas. Tudo o que ficasse aquém de uma intervenção neste sentido pecaria por defeito. Não foi esta a leitura do PR. Mais uma vez, saiu recado. Pífio."

(in http://vivaespanha.blogspot.com)

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