terça-feira, agosto 09, 2005

Prato típico

visto no 'agrafo'

Incêndio florestal à portuguesa (versão curta, escrita ao som de uma sirene que não pára de tocar)
Escolha árvores de lucro rápido que larguem grandes quantidades de matéria altamente combustível durante todo o ano, por forma a tornar economicamente inviável a limpeza da «floresta». O pinheiro e o eucalipto têm sido as mais bem sucedidas, mas há outras igualmente desadequadas à formação de «floresta» no nosso clima que também podem, quem sabe, produzir bons resultados. Investigue, descubra. Por melhor que a festa esteja, a sua criatividade é sempre bem vinda. Plante as árvores ao molho, de preferência em grandes extensões de terreno sem grandes acessibilidades. Polvilhe com casario disperso. Se gostar da coisa mais condimentada, acrescente alguns interesses económicos pouco claros, meia dúzia de pirómanos e uns milhares de labregos de sortes variadas. Espere pelo calor e indigne-se com a ineficácia dos meios de combate perante o resultado obtido. Chore, berre, insulte. Veja as notícias tolhido/a pelo horror. Acima de tudo, não se esqueça de ficar espantado/a: é aí que reside o sentido do momento. Como já deve ter percebido, o incêndio florestal, mais que um prato típico, é um ritual.

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