Visto no 'Saúde S.A.':
A situação está feia. Apesar da Maioria Absoluta, surgem sintomas preocupantes de que o Governo de José Sócrates poderá deixar de ter condições de governar a curto prazo. O que se seguirá?
Saldanha Sanches interroga-se sobre o futuro do XVII Governo Constitucional num artigo publicado no no Semanário Expresso n.º 1710 de 06.08.05. :
O engenheiro Sócrates começou o seu mandato com medidas impopulares e corajosas..Um largo leque de economistas aplaudiu as suas medidas.A OTA e o TGV alteraram tudo. A mesma coligação que tinha justificado o aumento do IVA e aplaudido os primeiros passos de Sócrates voltou a falar para condenar sem apelo nem agravo os novos investimentos públicos.Só com uma fé ilimitada na intervenção do Estado na economia se pode aplaudir o investimento público português.Quando o pobre eleitor vê que um investimento de milhões e milhões como o Metro do Porto continua a ter à sua frente o major Valentim “batatas” Loureiro.O PS tem a maioria absoluta, mas está a perder de dia para dia aquele mínimo de legitimidade que poderia permitir-lhe fazer as reformas a que não tem maneira de escapar.Vai encontrar em Outubro uma situação social degradada e um sector privado exangue e incapaz de continuar a sustentar o sector público com os seus direitos adquiridos e inviáveis.Crise económica, crise política. Se a perda do ministro das finanças for apenas a primeira perda de um ministro das Finanças e tivermos aquela tão sul-americana dança de cadeiras nas pastas económicas, saberemos também que, com ou sem maioria, o Governo está a prazo.Mas depois de Sócrates o quê ? Um outro governo PS? Não se vê qual. Novas eleições e governo PSD? Sabe-se lá como reagiriam os eleitores e qual seria o nível de abstenção.Seja como for as perspectivas são todas más. Que PSD poderia ser alternativa a este se o Governo deixar de conseguir governar ?Sintomas de que isso pode acontecer não faltam.A OTA e o TGV são a busca desesperada de alternativas. É uma mudança de rumo que pode ser o fim do Governo.Se o fizer perder o único crédito que tinha -a coragem de tomar medidas difíceis – sem que desapareça a necessidade de as tomar, como vai conseguir governar ?
(Saldanha Sanches)
O colapso prematuro do XVII Governo Constitucional constituirá, qualquer que seja a solução seguinte, um sério revés para o país e para a Saúde em particular.
Se imaginarmos o cenário: um novo governo de maioria PSD, Cavaco Silva, presidente da República, e Luís Filipe Pereira, ministro da Saúde, podemos facilmente antever o que acontecerá ao SNS.
Mas o pior cenário possível será o da sucessão de Governos minoritários sem capacidade de manobra a tentarem fazer o que podem.
A coisa está feia e o futuro incerto. Fazemos votos para que o primeiro ministro, José Sócrates, regressado das férias no Quénia, abandone o seu ar empertigado de prima dona, ponha por algum tempo de lado os fatinhos novinhos em folha, irritantemente engomados, as gravatinhas sempre a condizer, como os delegados dos laboratórios farmacêuticos, arregaçe as mangas, vista o fato de trabalho e faça as reformas díficeis a que não podemos fugir para equilibrar esta geringonça.
http://saudesa.blogspot.com/
segunda-feira, agosto 08, 2005
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