Portugal tem 148 espécies ameaçadas, um panorama mais grave do que o verificado em 1990, data da publicação do Livro Vermelho dos Vertebrados. O que foi feito desde essa altura para inverter o risco de extinção de algumas espécies? "Muito pouco", responde Jorge Palmeirim. O investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que participou na elaboração do primeiro livro vermelho e na sua revisão, efectuada recentemente, considera mesmo que "simplesmente andámos para trás".
Embora seja perigoso comparar as classificações de 1990 com as estabelecidas agora, uma vez que os critérios em análise foram alterados de acordo com novas categorias introduzidas pela UICN (International Union for Conservation of Nature, na sigla em inglês), baseados, pela primeira vez, em critérios quantitativos, o investigador conclui que "a conservação da natureza tem sido feita numa perspectiva de sobrevivência das áreas protegidas".
Com duas espécies já extintas no nosso país - o urso pardo e o esturjão - esse poderá ser o destino de outras se a atitude perante a conservação se mantiver. Grandes empreendimentos de construção civil, nomeadamente barragens e auto-estradas, são uma ameaça constante a muitos seres vivos. O caso mais flagrante é o do lince ibérico a sua presença, na zona de Alqueva, comprovada por análises aos excrementos, não foi tida em conta na avaliação da construção da barragem.
Um cenário mais grave pode estar a verificar-se relativamente à flora. Se a fauna está suficientemente conhecida, o que ajuda a preservar, no que respeita às plantas, a falta de conhecimento é enorme, o que na opinião de José Manuel Alho, da Liga para a Protecção da Natureza, pode potenciar a sua destruição.
(DN online)
(Janet Ingram)
domingo, maio 22, 2005
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1 comentário:
Aprendi muito
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