quinta-feira, junho 30, 2005

O estado da Ciência

Os bolseiros de investigação científica estão preocupados com o futuro e querem debater publicamente o problema do emprego científico em Portugal. É isso que fazem hoje, na Faculdade de Ciências, a partir das 15 horas, com a apresentação do seu manifesto "Por uma efectiva política nacional de emprego científico uma necessidade inadiável".

O documento, que avança algumas medidas concretas para atacar a questão, foi aprovado em Novembro pela Associação dos Bolseiros de Investigação Científica (ABIC) e conta já com quase quatro mil subscritores. Alguns deles, como João Caraça, director Serviço de Ciência da Gulbenkian, João Sentieiro, investigador e secretário do Conselho dos Laboratórios Associados ou Luís Alfaro Cardoso, presidente do conselho científico do Instituto de Investigação Científica Tropical, participam no debate de hoje.

"A questão do emprego científico está exactamente na confluência do que foram duas das bandeiras do actual primeiro-ministro durante a campanha eleitoral: o plano tecnológico e a criação de novos empregos", nota João Ferreira, dirigente da ABIC e um dos promotores da sessão de hoje. "Por isso", sublinha, "pensámos que era uma boa altura para lançar a discussão, até porque é actualmente consensual entre os políticos que o desenvolvimento das sociedades depende do investimento nas áreas da ciência, da tecnologia e da inovação, e portanto de emprego nestas áreas também".

Apesar desse consenso, "não tem havido políticas de fundo concretas para responder a este problema preocupante", nota.

Com quase oito mil bolseiros das mais variadas proveniências e financiados por diferentes instituições, o sistema científico português depende hoje em grande medida desta força de trabalho altamente qualificada , mas precária por natureza. Terminadas as bolsas, a maioria destes jovens não tem perspectivas de inserção no reduzido mercado de trabalho e muitos acabam por sair do País.

Sobre as medidas concretas avançadas no documento da ABIC para resolver a situação, João Ferreira garante "Não inventámos nada. Todas elas constam de relatórios feitos nos últimos anos pelas comissões de avaliação nacionais e internacionais às instituições científicas portuguesas".

(DN online)

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