quinta-feira, junho 23, 2005

'Stem Cells'

Estudo publicado na revista "Stem Cells and Development"
Células estaminais da pele podem converter-se em outros tecidos
23.06.2005 - 12h21



Uma equipa de investigadores norte-americanos isolou células estaminais da pele humana, cultivou-as em laboratório e induziu a sua conversão em células de gordura, musculares e ósseas, indica um estudo divulgado hoje nos Estados Unidos.

O trabalho, realizado por cientistas da Universidade de Wake Forest e do Hospital Baptista, da Carolina do Norte, é um dos primeiros a demonstrar a capacidade que uma única célula estaminal de um adulto tem de se converter em diversos tipos de tecidos.

Os cientistas consideram que as células estaminais, com o seu potencial para se desenvolverem como parte de tecidos diferentes do corpo, podem servir para tratar e porventura curar doenças como as de Parkinson e Alzheimer.

A investigação com células estaminais é muito controversa nos Estados Unidos. Enquanto que alguns cientistas julgam que o maior potencial se encontra nas células estaminais dos embriões, outros consideram imoral a "colheita de embriões" para o seu uso na medicina.

Na óptica de Anthony Atala, director de Medicina Regenerativa na Universidade de Wake Forest e chefe da equipa de investigadores, "estas células deviam proporcionar um recurso valioso para a reparação de tecidos e órgãos".

E, por terem sido colhidas na própria pele do paciente adulto, "não deverá haver problemas com a rejeição de tecidos ou órgãos".

Os investigadores cultivaram células mesenquimais - um tipo de células estaminais que se encontra habitualmente na medula óssea - a partir de amostras de tecido de 15 dadores, refere o estudo hoje publicado na revista "Stem Cells and Development".

Os cientistas isolaram células estaminais individuais e cultivaram-nas em laboratório, recorrendo a hormonas e factores de crescimento para induzir a sua transformação em células de gordura, musculares e ósseas.

Quando as células diferenciadas foram "semeadas" em moldes tridimensionais e implantadas em ratinhos, mantiveram as características correspondentes a tecido ósseo, muscular e gordo.

"O nosso estudo mostra que é possível obter células estaminais a partir de uma simples biopsia da pele e obter delas três tecidos vitais", afirmou Shay Soker, professor de cirurgia na Universidade de Wake Forest.

(Público online)

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